O destino é cego
Ninguém acredite nos caminhos do destino...ele é cego.
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Ninguém acredite nos caminhos do destino...ele é cego.
- Como diz o meu prior - todos somos culpados perante Deus
- Por isso eu sinto-me culpado e não fiz nada de mal
- E acreditas em Deus? - pergunta o outro
- Não, e sinto-me culpado.
O homem pensou:
As mulheres colocam silicone nas mamas
As mulheres colocam silicone nas nádegas
Usam pestanas e unhas postiças
Usam botox para disfarçar as rugas
Perante isto...o homem concluiu que:
a inteligência artificial só pode ser feminina.
Aqui, nestes rolos de papel de retrete marca Renova, escrevendo com esferográfica não escorre a tinta verde, nem a vermelha, nem a azul, a tinta não escorre, aqui neste papel humilíssimo vai ser narrada a crónica de um desmoronamento, nem a mansuetude nem a febre fazem tremer a silhueta nem a transparência de nada, eu aguento muito, a única coisa que peço a Deus é que não me atire com tudo o que posso aguentar, eu sou capaz de aguentar mais que um eunuco turco bem alimentado com carne de boi de Karabuk, as patroas das pensões de estudantes dizem papel higiénico, eu sei que ninguém é culpado de que nada nem ninguém se abata silenciosamente ou com estrépito, vem a dar no mesmo; o gladiador quando ia morrer saudava o César com um manguito porque também ele jogava e julgava e ria-se às gargalhadas do César e dos que vão cuspir sobre o seu cadáver, seria assombroso imaginarmos a humanidade submissa de mais, soam os clarins porque já começa a missa negra da confusão, o solene acto académico da mais turva de todas as confusões, os sacerdotes vestem-se com muito austeras fardas militares debruadas a ouro, as sacerdotisas cobrem as suas esquálidas e opíparas carnes ou as suas opulentas e rijas carnes com túnicas de veludo verde-claro ou vermelho-sangue bordadas a ouro, e uns e outros comungam com febras de carne de porco sujo infamante, em cada toalha aparece a cara de um morto tingida de amarelo e por barbear e os sinos tangem alvíssaras ou dobram a finados consoante as fases da lua: trata-se de contar um conto ao amor do lume, a farsa deve representar-se com singeleza para deleite do grande público, há que lançar vísceras podres às hienas, bofe, coração, bucho, para que não se assanhem contra as colegiais púberes e tristes, amargas, pálidas e desiludidas.
- Por que levas as coisas tão ao pé da letra?
- Ignoro.
Créditos - Camilo José Cela ( com pequenas alterações) - A Cruz de Santo André
Os filhos pequenos dos participantes na Web Summit...não são crianças.
São startups...